sábado, janeiro 24

] Amo-te sem nunca ter sonhado contigo [

Nunca sonhei contigo.
Não sonhei contigo antes de te conhecer… ou após o nosso primeiro encontro.
Nunca te apoderaste dos meus sonhos, no sereno e inconsciente sono. Existias apenas na minha realidade.
Encarnavas a figura da eterna presença que, independentemente do mundo, conseguia sempre, e para sempre, o meu sorriso mais puro e sincero.
Sorriso aberto e olhar cintilante, de quem vislumbra um dos mais importantes pilares que seguram a sua vida. Vida claramente enriquecida pela tua, por vezes, esporádica, e outras tantas vezes, permanente, presença. Sei que não te contigo muitas vezes, não quantas aquelas que eu desejava, mas a tua imagem está sempre comigo, todos os dias, todos o momentos, presa num visão pura no fundo da minha mente.
És tudo o que desejo, em todos os momentos, aquela que vou querer sempre ao meu lado. És o meu refúgio quando o mundo me maltrata constantemente. E quando me sinto perdido e incorrectamente interpretado por todos.
Encontrava a saída do tenebroso labirinto em que se transformava por vezes a minha realidade. As, aparentemente, inultrapassáveis barreiras que se me afiguravam, tornavam-se irrelevantes, e eu prosseguia o meu caminho, na companhia do meu maior sorriso, que era estreado sempre ao teu lado. Era para ti. Por tudo o que fazias por mim, mesmo sem te aperceberes.
Tu conheces-me. Melhor do que ninguém. Conheces-me e eu admiro-te, como nunca consegui admirar outrem. Somos parecidos. Feitios semelhantes, que não entram em conflito ou no cansaço de suportar a mesma personalidade por demasiado tempo..
É engraçado como nunca sonhei contigo. Apareceste inesperadamente na minha vida, transformaste-a radicalmente, e permaneceste, que nem dado adquirido. Eras muito real. Presente, mesmo quando te encontravas ausente. A inspiração. Não o sonho. A eterna presença, que me ensinou a mais bela perspectiva do mundo. O modo mais emocionante de se viver e de aproveitar o que existe em redor.
Agora que partiste, e apesar do gélido silêncio que nos assombra, estranhamente continuas presente. Na minha vida, no meu modo de atravessar os dias, no meu pensamento, no “eu” que ainda te admira e recorda (apesar do sucedido…). Ausente e presente.
É estranho como nunca sonhei.
É estranho como a vida parece difícil quando estás longe…
É estranho como sinto a tua falta.
É estranho como me enganei ao pensar que seria feliz sem a tua eterna amizade, mas agora é demasiadamente tarde, para arrependimentos, e agora a distancia, antes transponível, tornasse agora, um fosso profundo, na relação que tínhamos, as nossas almas deixaram de se completar, para uma vez mais a minha se perder, na imensidão das sombras frias da noite, da solidão e do esquecimento.

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